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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Estar distante de Deus...



É quando não mais sentimos o pecado em nossa vida. Quando ele se torna algo normal, contra o qual desistimos de lutar.

É perder o foco espiritual. É ver o mundo pelos olhos do próprio mundo. Uma visão materialista de quem pensa que tudo acaba aqui mesmo.

É viver, ao mesmo tempo, como um crente nominal, mas como um ateu na prática, esquecendo-se do poder e da soberania de Deus e buscando forças em si mesmo para as lutas diárias.

É sentar para orar e pensar que já se passou quase uma hora, quando, na verdade, o ponteiro dos minutos quase não se mexeu.

É estar rodeado de incrédulos e se sentir comum a eles.

É estar rodeado de irmãos e se sentir estranho diante deles.

É quando as orações são automáticas, os louvores são enfadonhos e os ministérios são feitos por obrigação.

É perceber que desconsideramos a opinião do Senhor para os nossos maiores planos e sonhos.

É terminar o dia e lembrar que só oramos antes das refeições e com as mesmas palavras de sempre.

É quando o preto se torna cinza e dizemos sim ao que antes facilmente negaríamos.

É esquecer, antes de chegar à porta da saída da igreja, o que prometemos a Deus na oração final.

É sentir uma forte sensação de que não deveríamos ter tomado a ceia.

É achar que o mundo não é tão ruim de se morar assim.

É quando qualquer motivo é motivo para não ir à igreja.

É, como diria J. C. Ryle, ter uma familiaridade estéril com as coisas sagradas.

Não se enganem. A distância de Deus aumenta como um processo. O diabo sabe mexer com as nossas percepções. E nós naturalmente temos dificuldade em perceber mudanças graduais.
Que o Senhor nos mantenha sempre próximos a Ele e, se um dia ficarmos distante dEle, possamos perceber e voltar rapidamente à Sua comunhão.

Em Cristo,

Felipe Prestes

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Ciencia é onipotente?

 

Esse vídeo é uma parte do debate entre dois grandes proponentes da questão da existência de Deus. Nesse trecho, o Dr Craig refuta com classe um dos argumentos centrais do Dr Peter Atkins. 

Vale realmente à pena assistir várias vezes e “decorar” suas argumentações para que possamos ter bases firmes contra aqueles que querem combater a fé evangélica.

Dr. William Lane Craig é graduado no Wheaton College (B.A.1971), Trinity Evangelical Divinity School (M.A. 1974; M.A. 1975), University of Birmingham (England) (Ph.D. 1977) e University of Munich (Germany) (D.Theol. 1984). Atualmente é professor do Talbot School of Theology.

Dr. Atkins é atualmente Professor de Physical Chemistry em Lincoln College de Oxford, Inglaterra e escreve vários artigos em prol do ateísmo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A CRISE DO ANTROPOCENTRISMO NO BIG BROTHER BRASIL.

 

bbb1

Há certos assuntos que são tidos como “casos perdidos” pelos pastores. Vestimenta feminina, fofoca na igreja e o “fica” entre jovens são alguns exemplos. Mas a televisão supera a todos. É estarrecedor como assistir o que não presta na TV já se tornou o “pecado de estimação” dos crentes, como diria meu parceiro de blog Carlos.

O Big Brother Brasil é um bom exemplo disso. Esse programa já está na sua nona edição, e pelo nono ano consecutivo os pastores são obrigados a pregar sobre a imoralidade desse programa e o quanto ele não presta. Mas, como eu falei, “caso perdido”.

Porém, por que o BBB é um programa tão querido e tão assistido? Por que o povo brasileiro ama “dar uma espiadinha”? Qual o motivo de tanto interesse na vida daqueles confinados? O que será que eles tem demais?

A resposta é simples: o antropocentrismo. Amamos a nós mesmos. O pecado nos faz sentirmos como deuses, merecedores de atenção, devoção e, no caso do BBB, IBOPE. Sentimos imenso prazer naquilo que está relacionado com o ser humano. Não falo de solidariedade ou a empatia. Mas, trocando em miúdos, adoramos “espiar” a vida do outro, xeretar os problemas alheios. E o BBB é um prato cheio.

Lá se pode encontrar pessoas brigando. Também casais que se formam e tem seus conflitos e afetos. Já ouvi de programas que até tem o Bem contra o Mal. Enfim, lá tem absoltamente tudo o que gostamos de observar na vida dos outros. O BBB é um banquete para curiosos, fofoqueiros e fuxiqueiros de plantão.

Mas, como eu disse, o cerne desse interesse é o antropocentrismo. Assim, eu poderia dizer que o Big Brother promove uma crise no antropocentrismo. Foi-se o tempo em que o homem era admirado pela perfeição da máquina do seu corpo, como o fez Rodin em suas esculturas. Ou pela sua razão, nos escritos de Descartes. Foi-se o tempo em que ser antropocêntrico era elevar aquilo que o homem supostamente tinha de mais nobre. O BBB é quem demonstra que, de fato, esse tempo se foi.

Digo isso porque assisti um episódio em uma Segunda Feira, e pelo que notei, eles levavam àqueles que estão no “paredão” para uma sala com uma máquina da verdade e faziam perguntas a cada um. Quero fazer uma breve descrição da entrevista.

Pedro Bial – Como você se enxerga no jogo?

Participante – Eu vejo que estou muito focado em mim mesmo!!!

P.B – Como assim?

Part. – Por exemplo, nas provas individuais eu dou o maximo de mim, nas coletivas eu penso no grupo.

Prezado leitor, percebestes a “riqueza” desse diálogo? Notastes como as perguntas são tão satisfatoriamente respondidas? Observastes a riqueza de significado da expressão “focado em mim mesmo” e de sua explicação?

Óbvio que estou sendo irônico! Mas eu fiquei horrorizado com cada entrevista. São frases vazias, são colocações vagas. Todos falam do mesmo jeito, repetem os mesmos chavões. Não há cultura, não há inteligência e nem tampouco o mínimo lampejo de intelectualismo. Talvez por isso que Pedro Bial é posto como apresentador, para dar uma equilibrada.

É isso que chamo de crise antropocêntrica. O povo ama esses “cabeças de vento”. Muitos saem de lá como heróis, ou exemplos para o povo brasileiro de garra e superação. Os telespectadores adoram ver brigas, picuinhas, falsidades, namoros, traições e etc... Lá não se vê ao menos um lendo um livro, tocando uma boa música num instrumento. Ninguém lá fala de política, economia, filosofia (e nem falo de Deus pois já está pressuposto).

Não estou defendendo o antropocentrismo. Estou apontando para a sua decadência. O BBB é de fato um Reality Show, ou seja, ele é realmente uma mostra da realidade. O mundo que há muito promoveu uma crise teocêntrica, agora vive uma crise antropocêntrica. Agora louvamos a burrice. Adoramos o que é néscio. Admiramos os “safados”. Os estultos atraem milhões e milhões de espectadores.

Graças a Deus que nos revelou em sua Palavra quem nós somos de verdade. Somos pecadores depravados (Rm 3:10), estamos carentes da glória de Deus (Rm 3:23). Não precisamos de máquinas da verdade e nem de câmeras nos vigiando para percebermos o quanto somos desgraçados longe de Deus. Precisamos diariamente ser teocentristas, nos escondermos detrás da face divina, irradiarmos a glória do Pai e espelharmos a sua graça excelsa. Se não fizermos isso, estaremos dispostos à vergonha, pois de nós mesmos o que temos de bom?

“Se Tu olhares Senhor para dentro de mim, nada encontrarás de bom. Mas um desejo eu tenho, de ser transformado. Preciso tanto do teu perdão, dá-me um novo coração”

Coração igual ao teu, Diante do Trono

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Há de ter um lugar



Há alguns dias, postei aqui uma reflexão de Spurgeon sobre o céu. E falar sobre o céu sempre é bom. É um assunto que me toca de forma especial.
Ontem, na minha igreja, cantamos uma música que falava desse lugar maravilhoso reservado aos filhos de Deus, isto é, os que fizeram uma escolha pessoal por Cristo, se arrependendo de seus pecados, reconhecendo a Ele como salvador de suas vidas e buscando viver uma vida santa de acordo com a Sua Palavra, a Bíblia.
As músicas nos falam muito, mas corremos o risco de cantá-las automaticamente, sem refletir no que dizem e, portanto, sem prestá-las como culto a Deus. Assim, espero fazê-los também pensar não só sobre essa música, mas sobre toda música que cantamos ao Senhor Jesus, único digno do nosso louvor.

Santo Lugar

Há de ter um lugar, onde o tempo há de parar.
Onde a paz se faz real e o irreal amor não haverá não.
Sei que há, pois Deus o diz, e eu não posso duvidar.
Mesmo que eu não possa imaginar,
Espero em ti assim espero.

Aleluia, Aleluia, no céu eu vou morar...
Aleluia, Aleluia, pois Cristo vem me buscar.

Há de ter um lugar, onde lágrimas não rolarão,
Fracassados dias maus da vida em caos
Jamais verei, pois.
Num lugar, santo lugar onde o inimigo ausente estará,
Face a face a Cristo verei
e muitos verão por isso eu canto.


Kim

"Há de ter um lugar, onde o tempo há de parar."
Nossa época é de dias corridos em que temos muitas responsabilidades e prazos curtos para cumprir. Chegamos até a clamar por uma vigésima quinta hora ou um oitavo dia na semana. Nesses dias, é bom lembrar que haverá um lugar em que não seremos submetidos à ditadura do tempo. Não precisaremos olhar no relógio para ver a que horas o culto vai acabar. A nossa adoração a Deus e o nossa comunhão com os irmãos durará para sempre.

"Onde a paz se faz real e o irreal amor não haverá não."
Vivemos em tempos de guerra e muita violência. Não precisa de muito esforço para perceber isso. No céu, haverá a perfeita paz não só com relação aos outros, mas também com relação a nós mesmos. Não haverá falso amor. Chega de aparências nos relacionamentos, chega de falsidade! Todos serão verdadeiros e amarão uns aos outros perfeitamente.

"Sei que há, pois Deus o diz, e eu não posso duvidar.
Mesmo que eu não possa imaginar,
Espero em ti assim espero."

Não temos uma falsa esperança. É Deus Quem nos promete por Sua Palavra, que nunca falhou. Não podemos, de fato, imaginar como será lá, mas um bom exercício é pensar no que nos dá prazer neste mundo, claro, um prazer dentro dos princípios de Deus. Pense nesse prazer e lembre que no céu haverá sensações muito superiores a isto. E, além disso, será pra sempre.
Esperamos em Deus, no Deus que nunca mentiu. É uma esperança certa.

"Aleluia, Aleluia, no céu eu vou morar...
Aleluia, Aleluia, pois Cristo vem me buscar."

Aleluia significa louvai ao senhor com alegria. Sim, devemos louvar a esse Deus que preparou esse lugar maravilhoso para ficarmos com Ele pra sempre.

"Há de ter um lugar, onde lágrimas não rolarão,
Fracassados dias maus da vida em caos
Jamais verei, pois."

No céu não haverá pranto nem dor. As lágrimas não rolarão. Teremos somente a plena alegria de estar na presença de Deus.
Esses dias fracassados em que nos sentimos as piores de todas as criaturas, vemos o quanto somos pequenos e fracos. Sim, esses dias não mais existirão. Pois...

"Num lugar, santo lugar onde o inimigo ausente estará
Face a face a Cristo verei
e muitos verão por isso eu canto."

O inimigo não estará presente. Portanto, a causa primeira de todo sofrimento humano, tanto físico como espiritual, não estará presente: o pecado. Esse obstáculo que atrapalha nossa comunhão com Deus estará ausente. Poderemos ver Cristo face a face, falar com Ele e adorá-lo. Muitos, nossos irmãos em Cristo, também O verão. Por isso, podemos cantar:

Aleluia, Aleluia, no céu eu vou morar...
Aleluia, Aleluia, pois Cristo vem me buscar.

"Eis que venho sem demora." Ap 22.7

Amém

O melhor de tudo é que, no céu, nossas lentes espirituais estarão perfeitamente focadas. E, assim, veremos a vida exatamente como Deus deseja.


Em Cristo,

Felipe Prestes

Água na boca

John Stephen Piper (11 de janeiro de 1946,Tennessee, EUA) é doutor em teologia, excelente escritor e ministro batista reformado. Atualmente serve como pastor sênior na Igreja Batista Bethlehem em Minneapolis. Abaixo segue um pequeno vídeo que te proporcionará conhecer um pouco mais dos ensinos deste "Super-Crente".



Obs: É importante dizer que no site do Pr. John Piper, www.desiringgod.org, estão disponíveis para download, em áudio e vídeo, todas as suas pregações na Bethlehem Baptist Church, conferências regionais e nacionais do ministério Desiring God, além de livros eletrônicos. E tudo de graça!
Infelizmente é em Inglês, mas, no que depender de nós, buscaremos trazer materiais do Pr. John Piper traduzidos para a edificação dos irmãos e, obviamente, divulgação do Reino de Cristo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


Só mais um versículo e...

Existem certas indagações que talvez te incomodem ou já tenham te incomodado um dia. Por que Deus não escreveu apenas mais algumas linhas nas Escrituras para que todas as nossas dúvidas teológicas fossem respondidas? Por que Deus se omitiu em alguns pontos? Por que Ele não decifrou os assuntos nevrálgicos que tanto causam divergências entre as denominações cristãs? Por que não, uma só instrução a mais que permitisse definirmos de um modo indiscutível os estilos de músicas que devem ser tocadas no culto?

Por que Deus não escreveu apenas mais uma palavra que permitisse de forma clara e objetiva que descobríssemos, por exemplo, quem foi o autor do livro de Hebreus e como Satanás se tornou mau?

Estas e outras perguntas sempre incomodaram aqueles que desejam conhecer as Escrituras de uma forma mais profunda. O fato é que não podemos contar com tais acréscimos que gostaríamos, mas por que ocultar tais fatos? Por que Deus não substituiu apenas algumas linhas de genealogias já que quase ninguém gosta mesmo e inseriu tais respostas.

Minha reposta é dupla: A primeira é bem óbvia, mas nem por isso, significa que as mentes mais inquietas e questionadoras aceitem. A resposta é: Deus não quis. É exatamente isso, Ele deixou algumas lacunas em branco. Ele é Deus e tem direito de revelar o que lhe aprouver, Ele sabe o que é melhor para seus filhos, deixou certa margem para que aprendêssemos a exercer amor pelo próximo, respeito por pontos de vista que não fossem o nosso, logicamente, desde que tais pontos de vista não confrontem nenhuma das passagens normativas das Escrituras.

Ainda pensando na soberania de Deus, podemos concluir que tal privação de informação teve o objetivo de mostrar ao homem sua pequenez. Exatamente isso, para que sejamos colocados nos nossos devidos lugares, reconhecendo que só Deus é onisciente e que este é um atributo incomunicável de Deus, ou seja, só pertence a Ele.

A outra resposta está relacionada com a questão de importância. Deus resolveu não revelar alguns pontos por que os achou dispensáveis. Não que os assuntos fossem irrelevantes, mas que, diante de infinitas informações possíveis, Deus revelou só o essencial, a cartilha com todas as informações necessárias à finita mente humana.

No que concerne as coisas de Deus, o homem já tem em suas mãos tudo o que precisa. Ele tem todas as questões possíveis acerca do céu e inferno (Soteriologia), tem as questões concernentes a maldade da humanidade (Hamartiologia), tem as respostas a respeito das questões humanas (Antropologia) e etc... Além de tais informações a bíblia ainda fala da esperança diante da morte, sobre justiças e injustiças, sobre como encarar sofrimentos como o câncer, um atropelamento, desemprego e etc...

O maior problema do homem é que ao invés de se ater as verdades importantes, quer percorrer caminhos que não lhe dizem respeito. Que possamos aprender a seguinte lição: Temos na bíblia o estritamente necessário para a nossa sobrevivência. Não precisamos de mais nenhuma informação adicional, somente das verdades escriturísticas já reveladas.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

"[As coisas] que se não vêem."


Há dias em que acordamos tristes e não conseguimos ver perspectivas de melhora. São esses dias em que a pecaminosidade dos seres humanos (incluindo a nossa) se tornam mais claras à nossa mente e, assim, vemos de forma patente que o mundo não tem jeito.

Foi em um desses dias que li essa meditação. É maravilhoso ver como o Senhor cuida de nós, dando-nos vislumbres de um futuro maravilhoso no céu, quando a vida debaixo do sol se torna mais difícil.

Eis a meditação:

"[As coisas] que se não vêem."
2 Coríntios 4.18

Em nossa peregrinação cristã, é bom, na maior parte, ficar antevendo. Adiante encontra-se a coroa, e impulsionando-nos para a frente está o alvo. Quer seja por esperança, por alegria, por consolação pela inspiração de nosso amor, o futuro deve, afinal, ser o grande objetivo dos olhos da fé. Perscrutando o futuro, vemos o pecado removido, o corpo do pecado e da morte destruído, a alma tornada perfeita e apropriada para ser participante da herança dos santos na luz. Penetrando a visão ainda mais longe, os olhos iluminados do crente podem ver o rio damorte à distância, a obscura corrente vadeosa, e as colinas de luz alcançadas, sobre as quais assenta-se a cidade celestial; ele se vê entrando pelas portas de pérola, saudado como mais do que vencedor, coroado pela mão de Cristo, abraçado por Jesus, glorificado com Ele e convidado a sentar-se a seu lado em seu trono, assim como Ele venceu e sentou-se com o Pai em Seu trono. A imagem desse futuro pode perfeitamente aliviar a treva do passado e a melancolia do presente. As alegrias do céu certamente compensam as tristezas da Terra.* Silêncio, silêncio, minhas dúvidas! A morte não é mais do que um estreito ribeiro, que logo você atravessará a pé. O tempo, quão curto" - a eternidade, quão longa! - Imortalidade, quão infindável! Sinto neste momento a delícia das uvas de Escol e posso dessedentar-me na fonte dentro da cidade. A distância é assim, tão curta! Logo estarei lá.

"Quando meu coração está rasgando o mundo
Com suas mais fortes tempestades de intquietação
Meus pensamentos alegres ascendem ao céu,
encontram um refúgio para o desalento.
A visão esplendorosa da fé me sustentará
Até que passe a peregrinação da vida.
Os receios podem me atromentar, e os transtornos me afligir,
Mas, finalmente, alcançarei meu lar."

Charles Haddon Spurgeon


SPURGEON, C. H. Meditações Matinais Tradução: Rubens Castilho. Campinas: United Press, 2001.


*Grifo meu

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A quem estamos enganando?




A vida cristã está cheia de armadilhas. Uma delas é a aparência. O velho ditado popular “Quem vê cara não vê coração.” é um vislumbre que o próprio mundo tem de que a aparência não é tudo. Mas, nesse mundo marcado pelas imagens, o aparecer tem contado muito. Tantas e tantas vezes o aparecer tem ganhado mais valor do que o ser.
E, na vida cristã, não tem sido diferente. Vou tentar explicar. Ir à igreja nos cultos oficiais, servir em algum ministério, ter relacionamentos saudáveis com pessoas da igreja, essas ações podem ser reflexos de uma vida com Deus. Vou repetir: podem. Essas aparências também podem ser apenas aparências. Esses três tópicos que citei são muito fáceis de serem cumpridos e, além disso, são muito saudáveis por sinal. Ir à igreja nos cultos é muito agradável. Encontrar pessoas interessantes que se reúnem em um lugar receptivo, ter o que fazer em um domingo à noite e cumprir o dever religioso fazem bem à mente. Servir em algum ministério também não é tão difícil assim. Dependendo do lugar, você pode nem fazer tanto e receber um cargo. Então, na igreja, você é conhecido como o fulano, supervisor, coordenador, inspetor, ou qualquer outra designação que possa ser dada a quem faz algo. Isso é bom, pois os outros olharão para você como um servo de Deus. Ter relacionamentos saudáveis com as pessoas da igreja também é muito bom. São homens e mulheres com quem podemos conversar mais ou menos sobre as mesmas coisas. Isso é bem saudável para a nossa sociabilidade. Longe de mim dizer que essas são coisas ruins. O meu problema é em vê-las quando, em si, se tornam alvos da vida de muitos.
A quem estamos enganando quando tentamos parecer crentes? Sabemos que Deus quer de nós uma vida abundante. Sabemos que a Bíblia nos dá ordens fortes, que não são fáceis de cumprir muitas vezes. Mas a quem estamos enganando quando os versículos do tipo “amai os vossos inimigos”, “abstende-vos de toda forma de mal”, “aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisto está pecando”, “fazei tudo para a glória de Deus” parecem estar apagados de nossas bíblias?
Podemos enganar o mundo. A vida de um crente é um tanto diferente da vida dos incrédulos. Certamente eles nos acharão diferentes. Podemos enganar os outros crentes. Muitos deles nem vão tanto aos cultos, nem servem na igreja e são um tanto isolados dos irmãos. Eles nos considerarão espirituais pelo que mostramos ser.
Mas há alguém a quem não podemos enganar: Aquele que sonda os nossos corações e sabe a motivação por trás de cada uma de nossas ações. Para esse não podemos apenas parecer espirituais. Para Ele, o número de ministérios que temos e a freqüência de cultos aos quais comparecemos não impressionam. A Ele importa o que somos, e não o que parecemos. Nossas obras podem ser nada dependendo da disposição do nosso coração. Lembrem-se de que Paulo considerou muito de suas vantagens sociais como lixo para ganhar a Cristo. Ele sabia que tudo o que ele parecia não era importante para Deus.
Gostaria de nos levar a pensar se estamos querendo enganar alguém. Se os nossos propósitos, mesmo aqueles “mais espirituais”, não estão banhados com alguma ambição pecaminosa escondida. Podemos enganar o mundo, podemos enganar a igreja, podemos enganar até a nós mesmos, mas não podemos enganar ao Deus a quem nada está oculto.

Em Cristo,

Felipe Prestes