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quinta-feira, 18 de março de 2010

Não é negócio


Hoje estou vivendo em uma região marcada pela idolatria. Facilmente veem-se santuários, estátuas, imagens, nas casas, nos estabelecimentos e, obviamente, na fala das pessoas. Algo comum em lugares assim é a prática de promessas. Alguns sobem as escadas de algum lugar bem alto de joelhos, outros vão andando por quilômetros, e ainda existem os que prometem, mas quem cumpre são os filhos.

Essa cultura invade também a mente dos crentes. Muitos prometem ir mais à igreja ou servirem mais em um ministério, se Deus abençoá-los em uma certa área. É quase uma negociação: eu dou daqui, Deus me dá dali, e estamos conversados. Nada mais antibíblico, nada mais desagradável a Deus.

Todo o nosso esforço, seja lá quanto isso for, nunca chegará próximo ao que deveríamos, de fato, dar a Deus. Aliás, todas as nossas obras nos levariam, na verdade, para a condenação eterna. Somente pela graça de Cristo, que fez o que não poderíamos fazer, isto é, viver uma vida sem pecado, somente por isso podemos fazer algo a Deus que, de fato, O agrade. Mas nunca tentar retribuí-lO, como meros negociantes.

O que Deus quer de nós não é um relatório do que fazemos na igreja, muito menos uma lista de votos por alguma bênção concedida. Certa vez, um escriba respondeu a uma pergunta de Jesus da seguinte forma: “amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios.” (Mc 12.33)

E segue a passagem: “Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus.” (Mc 12.34). Aquele escriba entendeu bem a mensagem de que devemos amar a Deus com todo o nosso ser e amar ao próximo como a si mesmo. Mais do que qualquer coisa, é isso o que o Senhor quer de nós.

Que, ao entendermos e, assim, vivermos essa verdade, escutemos de Cristo o que ele falou ao escriba: “Não estás longe do reino de Deus”.

Em Cristo,

Felipe Prestes

sábado, 13 de março de 2010

Quando esquecemos para onde vamos


A eternidade, apesar de certa, parece distante para muitos de nós. Os compromissos, as metas, as responsabilidades, as capacitações, os títulos. Parece que estamos sempre correndo atrás de algo e deixando alguma coisa escapar. O ritmo frenético de nossas vidas tem-nos feito escravos de nós mesmos.

Com tantas coisas a nos distrair, chegamos a esquecer que há uma eternidade no fim de tudo. Somos lembrados disso, por vezes, no culto, em alguma conferência. Mas parece que o eterno está tão longe de nós. Sabemos que está lá, em algum lugar, mas não conseguimos vê-lo, ou não temos tempo para vê-lo.

É fácil esquecer o que vem após a morte e viver aqui como se tudo se resumisse a esse mundo. Como se, quando respirarmos pela última vez, tudo fosse acabar. Mas o que as Escrituras nos dizem é que não é assim. Essa vida aqui é apenas um ponto diante do que é a eternidade.

Para os que se perdem, os sofrimentos nesse mundo não serão nada. Os perdidos lembrarão dos seus piores dias na terra e dirão: “que bons tempos eram aqueles”. Sim, neste mundo ainda há a graça comum de Deus, que faz nascer o sol sobre justos e injustos. No inferno, não estará Deus. Impossível imaginar quanto desespero.

Aos que foram alcançados pela graça de Cristo, um banquete está preparado. Lá veremos com olhos completamente espirituais quais são os reais valores de uma vida. Olharemos para trás e nos arrependeremos, sim, de cada esforço não empenhado para a glória de Cristo, de cada segundo não investido na Sua obra, de cada prazer longe dEle.

Esse mundo tem sugado de nós o tempo, a força, a mente. Que não tire de nós também a fé no que há de vir.

“Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.” (Ap 21.2)

Em Cristo,

Felipe Prestes

quarta-feira, 10 de março de 2010

O que fazer pelos que se perdem


“Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz” (Pv 29.18)

Não é difícil notar que vivemos numa sociedade afundada no pecado. A iniquidade se multiplica e chega a graus antes impensados. Antes, existia e o certo e o errado, e eles estavam em seus devidos lugares. Então, o tempo passou e o certo passou a ser o errado e o errado passou a ser o certo. Hoje apenas falar em certo e errado é suficiente para que lhe chamem de retrógrado e intolerante. Ou seja, hoje o errado é falar de certo e errado.

Com isso, podemos ver as gerações decaírem moralmente. Quase me desespero ao pensar no que será dos filhos dos que defendem essas ideologias pós-modernas. E os filhos desses filhos? O motivo para tanta impiedade nada mais é do que a disciplina de Deus. Os homens quiseram se rebelar, quiseram cuidar de suas próprias vidas, “por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si” (Rm 1.24)

Qual a solução para um problema tão grave como esse? Nada mais claro do que o que a Bíblia usa para se referir a ela mesma. Na batalha pela fé, usemos a “espada do Espírito”(Ef 6.17). Para o sustento espiritual, “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Para a orientação, “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.” (Sl 119.105).

Já houve no passado, sim, sociedades completas mudadas pelo poder que a Palavra de Deus operou na vida de tantas pessoas. O nível moral de tais sociedades aumentou ao ponto de até o descrente se envergonhar do que fazia diante dos exemplos de virtude que via tão frequentemente.

Nosso papel como os que detêm essa verdade, os que ainda sabem o que é certo, é nada mais nada menos do que obedecer ao chamado de Cristo de brilhar a Sua luz, mostrando a Sua verdade pelas nossas palavras e, principalmente, pelas nossas próprias vidas.

Não será uma teoria social que salvará a sociedade, nem um líder mundial, nem a união de várias religiões, nem a militância ecológica e muito menos as caminhadas pela paz. O único instrumento que pode, de fato, mudar vidas está em nossas mãos, e é “o evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16a).

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 8 de março de 2010

Qual a diferença?


“A essência da impiedade é a obstinação orgulhosa deste ‘povo ímpio, que se recusa a ouvir as minhas palavras’ (Jr 13.10)”
J. I. Packer*

Palavras como essas remetem-nos diretamente a pessoas que não conhecem a Deus, homens e mulheres que desprezam deliberadamente a Sua Palavra com um senso crítico de quem se coloca igual à revelação divina ou superior a ela.

Mas o Senhor que proferiu as palavras citadas por Packer se dirigiu ao Seu povo. Sim, aqueles que receberam as promessas, que viram as tábuas da Lei, que foram alimentados pelo pão que caía do céu. Tantos privilégios teve o povo de Deus, porém quão teimosos se mostravam.

Ao olhar para aquele tempo, é fácil se comparar a eles e, naturalmente, se colocar em uma posição de superior espiritualidade. Como nos recusaríamos a ouvir as palavras do próprio Deus? Como daríamos as costas às instruções do Todo Poderoso? Que absurdo!

Olhe para nós. Temos a revelação especial de Deus em nossas mãos. Tudo o que Deus queria que soubéssemos sobre Ele mesmo está ao nosso alcance. Vidas de patriarcas, palavras de profetas, pregações de apóstolos e até os ensinamentos do próprio Deus encarnado, Jesus Cristo.

Por que a Bíblia tem sido tão esquecida nos lares, nos livros e até nos púlpitos cristãos? Quando o crente se vê diante de um problema, ele procura um psicólogo, um livro de auto-ajuda, alguém que o coloque “pra cima”. As Escrituras parecem um detalhe, quase um ornamento que sai do lugar uma vez por semana.

Quando fazemos isso, desprezamos as palavras do nosso Deus. Não damos ouvidos aos sábios conselhos daquEle a quem dizemos servir. Isso é se apoiar no próprio entendimento e se achar inteligente o suficiente para cuidar da própria vida.

Infelizmente, parece que a diferença daquele povo para os crentes de hoje está apenas nos séculos que nos separam. Que o Senhor nos ajude a voltar os ouvidos para as Suas santas e maravilhosas palavras.

Em Cristo,

Felipe Prestes

*Fonte: PACKER, J. I. O conhecimento de Deus Tradução: Cleide Wolf e Rogério Portela - São Paulo: Mundo Cristão, 2005.